Morro dos Prazeres é uma crônica documental sobre o dia-a-dia de uma comunidade do Rio de Janeiro um ano depois da instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Durante quatro meses, entre abril e julho de 2012, a cineasta e sua equipe acompanharam o cotidiano da favela que dá nome ao filme, em Santa Teresa, observando o processo de pacificação a partir do ponto de vista de seus protagonistas: de um lado, os moradores da comunidade, que experimentam uma nova rotina a partir da instalação da UPP, e de outro, os policiais, que representam a presença da lei em um espaço até então marcado por sua ausência
Depois de anos de uma história marcada pelo abandono público e pela agressão policial, Morro dos Prazeres testemunha os esforços para o estabelecimento de um diálogo entre sociedade civil e Estado e a tentativa de construção de uma nova noção de cidadania.
Ao lado de Justiça (2004) e Juízo (2007), longas-metragens anteriores de Maria Augusta Ramos, o filme forma uma trilogia em torno dos sentidos de lei para os cidadãos e para os sujeitos encarregados de fazê-la valer.
Como Justiça e Juízo, Morro dos Prazeres lança um olhar agudo sobre o modo de viver e de pensar de seus personagens, tangenciando algumas questões centrais da sociedade brasileira, como a noção de justiça e cidadania, as questões de gênero, as fronteiras entre vida pública e privada, e as distorções geradas pelo abismo social.